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2012 - Livro Vermelho 2013

Griffinia paubrasilica Ravenna CR

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 09-04-2012

Criterio: B2ab(iii,iv)

Avaliador: Maria Marta V. de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécieocorre no sul do Estado da Bahia, apresenta AOO de 8 km² e esta sujeita a apenas uma situação de ameaça. Ocorre em Mata Atlântica em áreas onde a floresta foi substituída por plantaçõesde eucalipto, cabrucas e pastagem. A espécie é conhecida por apenas duas subpopulações, uma localizadadentro da Fazenda Pau Brasil, município de Itamaraju, e a outra nomunicípio de Eunápolis. Apresenta potencial uso econômico, o que implica declínio de EOO, AOO, qualidade de habitats e de indivíduos maduros.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Griffinia paubrasilica Ravenna;

Família: Amaryllidaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

A espécie se assemelha a G. liboniana (Ravenna, 2000). De acordo com dados publicados por Preuss; Merrow (2001a), a espécie possivelmente trata-se de uma variedade de G. espiritensis.

Potêncial valor econômico

A espécie apresenta potencial uso horticultural (Merrow et al., 2002).

Dados populacionais

A espécie era conhecida por apenas uma população, localizada dentro da Fazenda Pau Brasil, município de Itamaraju, BA (Ravenna, 2000; Biodiversitas, 2005). Entretanto, existe coleta de G. paubrasilica no município de Eunápolis, BA, o que sugere a presença de uma nova subpopulação desta espécie. Ravenna (2000) descreve a subpopulação da localidade-tipo como frequente.

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo exclusivamente no Estado da Bahia (Dutilh; Oliveira, 2012).

Ecologia

Planta herbácea, terrícola, esciófila (Ravenna, 2000). Ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Dutilh, 2009), Florestas Estacionais Semideciduais e Florestas Ombrófilas (= Floresta pluvial) (Dutilh; Oliveira, 2012).

Ameaças

1.1.3.2 Large-scale
Severidade very high
Detalhes Hoje, grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividades humanas realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciência; Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma cacao L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianeensis Jacq.) (Alger; Caldas, 1996). A expansão da pecuária e consequente abertura de pastagens sobre fragmentos florestais em propriedades particulares têm aumentado significativamente após a crise no cultivo de cacau, e segundo Araujo et al. (1998), esta atividade possui enorme potencial para expandir-se nos próximos anos.

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo, portanto, considerada "Deficiente de dados" (DD). Foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre dentro da unidade de conservação de proteção integral Reserva Ecológica de Sapitanduva (CNClora, 2011).

5.7.1 Captive breeding/Artificial propagation
Situação: on going
Observações: A espécie é cultivada pela especialista Julie H.A. Dutilh (Dutilh, com. pess.).

Referências

- ARAÚJO, M. A Mata Atlântica no sul da Bahia. Cadernos da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, v. 8, 1998.

- PACIÊNCIA, M. L. B.; PRADO, J. Effects of forest fragmentation on pteridophyte diversity in a tropical rain forest in Brazil. Plant Ecology, v. 180, p. 87-104, 2005.

- DUTILH, J.H.A. Amaryllidaceae. 2009.

- RAVENNA, P. Five new species in the tgenus Griffinia (Amaryllidaceae). Onira Botanical Leaflets, v. 4, n. 5, p. 19-23, 2000.

- DUTILH, J.H.A.; OLIVEIRA, R.S. Amaryllidaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB015454>.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- MERROW, A.W.; PREUSS, K.D.; TOMBOLATO, F.C. Griffinia (Amaryllidaceae), a Critically Endangered brazilian geophyte with horticultural potential. Acta Hoticultural, v. 570, 2002.

- ALGER, K.; CALDAS, M. Cacau na Bahia: Decadência e Ameaça a Mata Atlântica. Ciência Hoje, v. 20, n. 117, p. 28-33, 1996.

- DUTILH, J.H.A. Comunicação da especialista Julie H. A. Dutilh, do Departamento de Botânica da Universidade Estadual de Campinas, para o analista Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, São Paulo, SP, 2012.

- Banco de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Griffinia paubrasilica in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Griffinia paubrasilica>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 09/04/2012 - 19:36:41